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domingo, 16 de outubro de 2011

Trajetória de alguns campeões Mundiais de Jiu-Jitsu no MMA

Entre idas e vindas do blog Combat Zone, estava pensando em recomeçar com uma nota bem legal. Foi aí que lembrei que há pouco tempo atrás eu resolvi entrar em contato com grandes campeões consagrados do nosso Jiu-Jitsu que se aventuraram no antigo Vale-Tudo, hoje conhecido como MMA (Mixed Martial Arts).

Em 1996 começa o primeiro Mundial, organizado pela CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu), o evento foi realizado no primeiro fim de semana de fevereiro, no Rio de Janeiro. Mesmo com o Jiu-Jitsu iniciando a sua expansão pelo mundo, a primeira edição do Mundial teve uma grande procura por atletas de vários países e fez com que o evento fosse um verdadeiro sucesso.
Confira abaixo alguns campeões que relataram ao Combat Zone à experiência que cada um teve dentro dos ringues.



No peso Pluma, Hélio Moreira, mais conhecido como Soneca, finalizou em três oportunidades que subiu nos ringues.


"O site Sherdog contabilizou somente as lutas feitas aqui nos EUA. Em 2002, eu fiz mais uma luta em um evento no Rio Grande do Sul, a luta foi em um ringue que parecia mais um galinheiro (risos). Todas as três lutas finalizei nas costas.
Foto: Arquivo Pessoal

O mundial de 1996 foi o começo do profissionalismo do Jiu Jitsu. Mesmo com a Confederaçao não remunerando os campeões, os títulos serviam como vitrine, pois ser campeão abriam as portas para eventos de MMA e Grappling.

Aquele Mundial não fez muita diferença na minha vida como professor, claro me deu um pouco de status, mas te confesso que arrumei mais namoradas do que dólares (risos). Muitos faixas-azuis daquela época, que também foram campeões colheram mais frutos. Hoje em dias eles mencionam que são faixas-pretas campeões mundiais, mas esquecem de explicar o ponto de que eram azuis naquele tempo.
Eu dou aula na minha academia, em Louisville Kentucky, tenho alguns lutadores que lutam MMA, um deles é o Alan Belcher, que vem carimbando seu nome no cenário mundial. Na verdade eu não sou muito de fazer marketing, prefiro ser pequeno, mas com a boa qualidade sempre prevalecendo. É muito mais gratificante saber que um aluno honre o seu nome, independente do lugar em que vá treinar",
finaliza Soneca.





No peso pena, Royler Gracie foi campeão mundial por quatro anos consecutivos (96, 97, 96 e 99). Podemos dizer que a passagem do membro da família Gracie pelos ringues não foi das melhores.
Em uma carreira praticamente feita no japão, Royler conseguiu o feito de cinco vitórias, cinco derrotas e um empate.



Foto: Arquivo pessoal
Já no pesado, o líder da equipe Alliance, Fabio Gurgel também acumula quatro títulos mundiais na categoria (1996, 1997, 2000 e 2001). Hoje com 41 anos, Gurgel é o único dessa safra que continua lutando em alto nível contra atletas da categoria Adulto. Sua carreira no MMA foi marcada principalmente por uma derrota para o americano Mark Kerr, em uma luta de 30 minutos, no ano de 1997. Em sua curta carreira pelos ringues, o general alcançou o feito de três vitórias, sendo todas por finalização e duas derrotas por decisão dos jurados.






"O campeonato mundial começou em 96, foi um marco na história do Jiu-Jitsu e abriu o caminho para a internacionalização que temos hoje com nosso esporte, praticado em todo o mundo. Na mesma época o Vale-Tudo crescia nos EUA e consequentemente despertava o interesse de todos os lutadores de minha geração, que cresceram escutando as histórias de como os guerreiros da família Gracie e seus alunos haviam defendido nossa arte, era nossa vez!
Imbuído pelo sentimento de fazer parte dessa história fiz minhas lutas, primeiro no desafio contra a luta livre (a mais importante delas em minha opinião), depois tive a oportunidade de lutar um UFC e por fim a maior e mais longa luta de minha vida contra Mark Kerr, luta que de certa forma entrou para história dos grandes duelos do MMA, ou melhor Vale-Tudo mesmo. (risos)
Após essa luta olhei para o futuro e achei que a escolha mais inteligente para mim seria permanecer no Jiu-Jitsu e ajudar competindo e ensinado a evolução do nosso esporte. Hoje tenho mais de 20 academias fora do Brasil e minha equipe é uma das mais reconhecidas escolas do mundo, acho que fiz a escolha certa.
Minha experiência no MMA foi muito engrandecedora, mas minha paixão é sem dúvida o Jiu-Jitsu", resumiu.




Líder da equipe American Top Team (ATT), Ricardo Libório foi campeão na categoria Super-Pesado e fechou o Absoluto com o seu companheiro de time (Carlson Gracie Team) Amaury Bitetti. Na luta final do peso, Libório enfrentou Leonardo Castello Branco, luta que ele considera como a mais difícil e marcante de toda sua brilhante trajetória dentro dos tatames. Com apenas uma luta no MMA, Libório empatou com o já experiente Ikuhisa Minowa, em 2001.




Entre todos os campeões citados até agora, José Mario Sperry pode ser considerado o lutador que teve a carreira mais longa no MMA. Campeão na categoria Pesadíssimo em 96, Super-Pesado em 97 e Absoluto em 1998, Mario Sperry também foi eleito o primeiro rei do maior torneio de Submission do Mundo, o Abu Dhabi Combat Club (ADCC), onde é respeitado até hoje. Sua carreira no MMA contém diversas lutas marcantes e importantes, mas o fato de ter vivido a maior rivalidade de todos os tempos do MMA faz com que o mesmo tenha muita história para contar...


"Fiquei muito feliz com o meu desempenho nos Mundiais. Naquela época que começaram os campeonatos Mundiais, estava muito bem treinado (principalmente no Jiu-Jitsu), alem de competir também no MMA e no Submission. Competir em muitas modalidades diferentes ao mesmo tempo me fez crescer muito como atleta, técnico e empresário. Foi uma espécie de laboratório, tive o prazer de viver e contribuir para a transição do esporte (principalmente o MMA) em termos de profissionalismo, na parte de treinamentos, técnica e no lado empresarial.

Se tratando de MMA podemos dizer que a rivalidade entre a CB (Chute Boxe) e a BTT (Brazilian Top Team) foi muito importante para o MMA em geral:

A rivalidade promoveu um amadurecimento profissional de todos os atletas;

Os Promotores do Pride tinham um grande apelo, através da rivalidade latente entre as equipes para casar as lutas, o que foi muito bom financeiramente para todos;

Com a rivalidade aflorando, todos tiveram que treinar mais, o que fez com que o MMA elevasse o seu nível técnico (novas técnicas e novos treinamentos); 

O nível das lutas melhoraram, não só pela elevação técnica, e sim pela simples vontade de vencer demonstrada pelos lutadores e corners, tanto nas entrevistas, quanto na hora das lutas. BTT vs. CB era show garantido;

Foi muito bom para a mídia. Quem não gosta de ver uma rivalidade literalmente expressa em todos os sentidos? Até hoje falamos sobre isso.

No mais, atualmente as pessoas da CB ou BTT estão mais maduras, seja no ponto de vista profissional ou pessoal. Hoje muitos seguiram seus próprios caminhos, saindo de suas equipes para outras ou montando seu próprio time. Podemos ver pessoas de vários times rivais treinando juntos, tudo isso em perfeita harmonia.

Foi um privilégio ter como rival uma equipe tão forte e determinada durante os anos dourados do Pride. Nós ajudamos o esporte a crescer em todos os sentidos.
Este resultado ainda pode ser visto amplamente através de seus ex-atletas ou atletas que performam nos ringues e octógonos do mundo", finaliza Sperry.

Até a próxima...




Mario Neto

2 comentários:

Marcelo disse...

show parabéns !!!

Anônimo disse...

Irado o texto, vem mais por aí ne?!

abraço

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